[OPINIÃO] Adoráveis Mulheres (2019)6 min read

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Você pode assistir esse vídeo aqui:

Ou ler a minha opinião aqui abaixo:

Hoje vou escrever sobre “Adoráveis Mulheres” ou “Little Women”. Dirigido por Greta Gerwig, que está com um potencial altíssimo pra roubar o lugar da Sofia Coppola no meu coração (!) “Adoráveis Mulheres” é baseado no romance de 1886 de mesmo nome da autora Louisa May Alcott. O longa traz a história de 4 irmãs em transição da fase jovem para adulta.

Capas do livro nas versões em inglês e português

As irmãs são Saoirse Ronan no papel de Jo, que é a protagonista, a gente assiste a história do ponto de vista dela; Florence Pugh como Amy, Emma Watson como Meg e Eliza Scanlen como Beth.

Eu gostei bastante do filme, saí do cinema feliz, satisfeita, ele tem um ar feel good, de te deixar com a sensação de que você comeu uma comfort food, sabe?!

Acho que esse filme me ganhou justamente por esse frescor, por ser um filme solar. Apesar das dificuldades e obstáculos que as irmãs passam na vida, elas ainda assim superam e sempre com otimismo. É curioso que embora tenha me identificado mais com a Jo, que tem uma personalidade mais independente, mais moderna; havia momentos em que eu me identificava com as outras irmãs também. E acho que isso é um ponto bem alto do filme porque apesar de ser uma história de época, os temas abordados não estão presos àquele tempo. Eu senti que muitas das discussões que foram trazidas, das atitudes das meninas conversam com o momento em que estamos. Pareceu uma história atemporal

O filme tá indicado em 6 categorias do OSCAR: Melhor filme, melhor atriz com Saoirse Ronan, atriz coadjuvante com Florence Pugh, Roteiro Adaptado, Figurino e Trilha Sonora com o fodarástico Alexandre Desplat, mesmo de “A Forma da Água”. Acho que todas as indicações foram merecidas, mas não acho que vá levar nenhuma por conta da concorrência que esse ano está fortíssima!

Quero pontuar aqui que achei bem injusto não ter uma indicação pra Greta Gerwig por direção. Sério mesmo, quem precisa do Scorsese indicado com outro filme de máfia pra chamar de seu? #PRONTOFALEI

Agora vão começar os haters e suas pedras nos comentários… 😂

Eu gostei muito da atuação da Saoirse Ronan e da Florence Pugh, foram indicações super merecidas; elas estão super bem e me pareceu que o filme é mais voltado pra elas mesmo.

Figurino e edição foram as categorias que mais me chamaram atenção. Gostei muito da edição pois o filme não é linear e aí nesse momento ele se conecta muito com a Fotografia que ficou sob a responsabilidade de Yorick Le Saux. Ele é francês, e o mesmo DP de “Personal Shopper” e “Acima das Nuvens”.

Cores e Fotografia

A Fotografia é super bonita, tem uns planos bem abertos, parece mais um retrato antigo. Como o filme é contado através das memórias da Jo, foi usado um recurso de cor. O presente tem tons mais frios, mais azul e o passado é mais quente, mais puxado pro amarelo. Em vários momentos parece um tom de sépia, parece que a gente tá olhando uma foto antiga. Ficou muito bonito, aliás, a Greta tem um excelente gosto pra dosar a coloração de seus filmes porque Lady Bird parecia muito um filme de época também. Eu falei sobre a Fotografia dele por aqui, se você já se esqueceu ou não leu, clica aqui!

Eu fiz também uma postagem no Instagram comparando duas cenas de Lady Bird com Psicose, dá uma olhada:

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Já que ontem falamos de Hitchcock e Lady Bird, por que não juntá-los na mesma cesta?! 😜 ⠀ É comum vermos, em cenas de carros, o volante aparecendo para que assim, tenhamos a mesma emoção da personagem em questão. ⠀ Isso apareceu, inicialmente, em "Psicose", quando Marion (interpretada por Janet Leigh) está fugindo da cidade. Hitchcock exibe um ângulo médio da moça, sentada atrás do volante do carro enquanto nós, o público ouvimos seus pensamentos. Através do uso de uma variedade de elementos de produção, principalmente técnicas de câmera, edição, atuação e música, assistimos ao nervosismo da protagonista: ela ajusta as mãos no volante, encosta a cabeça na mão, temos a troca frequente de ponto de vista e o diretor consegue, com sucesso, inserir a audiência dentro do contexto psicológico de Marion. ⠀ Em "Lady Bird" não é diferente: na cena onde Christine aparece dirigindo por Sacramento, ela narra suas emoções ao dirigir pela primeira vez na cidade e, por causa do ângulo e das constantes trocas de ponto de vista, conseguimos nos associar aos seus sentimentos.⠀ Na cena onde sua mãe aparece dirigindo, as cenas anteriores nos preparam para os sentimentos que transbordam quando ela deixa sua filha no aeroporto. Aqui também ocorre o intercâmbio de ângulos, o gestual de Laurie Metcalf (que, por sua vez, também se chama Marion) e a música conspiram para que a gente fique com o coração apertadinho junto com ela! ❤️ 💔 ⠀ ⠀ Confira os detalhes da paleta de cores escolhida a dedo pela diretora Greta Gerwig no blog: link na bio! ⠀ https://buff.ly/2SU5Brp

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Embora eu tenha achado muito interessante a gente ter um roteiro adaptado contado de forma não linear e mesmo tendo o recurso de cor pra separar os momentos de cena; fiquei confusa nas idas e vindas do tempo. Até porque os cortes são bem secos, tem match cut e em algumas cenas e isso me deixou um pouco perdida. Mas logo a gente já consegue se achar, não chega a atrapalhar a experiência.

Sobre Eliza Scanlen, que é a Amma de Sharp Objects, eu gostaria de ter visto mais sobre ela; achei sua personagem pouco explorada.

Eliza Scanlen como Amma em “Sharp Objects”

“Adoráveis Mulheres” está nos cinemas, eu paguei R$ 39,90 💸 pra assistir e acho que valeu o ingresso. Como disse anteriormente, eu saí satisfeita, lembrando do filme com amor no coração, lembrando de Maria Antonieta (que também tem texto aqui no blog!), com saudades de Sofia Coppola e desejando vida longa pra arte de Greta Gerwig. Cada vez mais apaixonada pelo trabalho dela!

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