Thriller – Michael Jackson6 min read

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Girl I can thrill you more than any ghoul would ever dare try

Michael Jackson

Minha “relação” com Michael Jackson vai desde quando me percebi como um ser humano apaixonado por música, lembro de ter 4, 5 anos e ouvir Rock With You, Beat It e principalmente, assistir Thriller. Na minha casa nunca faltou música, da hora que a gente acordava até a hora de ir dormir, passando pelas visitas que vez ou outra pediam pra minha mãe colocar o disco de fulano de tal, sempre tinha trilha sonora. E é impressionante, a discoteca da casa dos meus pais parecia um Spotify de vinil: sempre atualizada com tudo que estivesse em alta no mercado fonográfico, tanto nacional quanto internacional.

É inconcebível, pra mim, ouvir MJ e não querer sair dançando e cantando… alto! Sempre foi assim, desde quando eu era pequena. 
Analisando racionalmente, não sofri quando ele morreu porque já tinha tempos que não havia produção recente e acho que todos os seus problemas psicológicos tomaram proporções maiores do que sua genialidade musical. Mas essa é uma data que não poderia ficar em branco, então aqui está minha pequena homenagem àquele que marcou minha infância.

Thriller

Sem dúvida, é um engano de quem pensa que é apenas um clipe. É um curta-metragem, pois ele possui um arco narrativo, tem começo-meio-fim, além de ser dos vídeos mais inspiradores e reproduzidos da música mundial. Escolho falar sobre Thriller pois o revi recentemente e me emocionei com a criatividade de Michael e John Landis para dirigir e roteirizar algo tão grande e com tão poucos recursos. A música, que tem produção do mestre Quincy Jones, tem 5min57seg, o clipe possui 13min42seg e teve orçamento de 500 mil dólares.

Assustador mas nem tão feio assim…

O The Guardian publicou há tempos atrás uma reportagem falando sobre a inspiração de MJ para este vídeo: ele queria virar um monstro, mas não algo tão feio e assustador como visto nos filmes de terror da época.

Acho que quando se fala em Thriller, o que salta em nossa memória é a coreografia que marcou, que todo mundo quis copiar e a roupa de Michael que todo mundo também quis uma igual.

A design de figurino foi Deborah Landis, esposa de John, e quem desenhou a icônica jaqueta vermelha de Jackson; tinha muitas influências de arte além de um roteiro a seguir. Segundo Deborah, parte do motivo pelo qual Landis decidiu usar uma mocinha (a atriz Ola Ray) foi porque isso tornaria Michael mais viril, então seu figurino deveria refletir isso. Deborah já tinha esboçado diferentes visuais, até que finalmente chegou ao modelo em V, que é gráfico e estrutural, com uma boa silhueta. O V na jaqueta realmente ecoa a forma piramidal da coreografia. Ele está com a cabeça no topo e os outros dançarinos estão descendo a rua em direção ao espectador.
Ao terminar de ler o roteiro, Deborah se deparou com aquele desfecho, a evolução da dança e estava determinada a atribuir uma cor a Michael, ele deveria saltar da tela.

Havia muito nevoeiro e mistério no cenário, muito preto, branco, bege, cinza, marrom, e o vermelho foi o escolhido para que o cantor sobressaísse e se destacasse. Michael nunca havia usado uma roupa vermelha antes. Você perceberá que ele está livre de ouro, tachas, correntes, metálicos, ou qualquer outro tipo de acessório. Suas calças eram jeans brancos que foram tingidos de vermelho para combinar com a jaqueta. Ele estava totalmente livre e confortável para exercer a coreografia e funcionou muito bem.
Foi um dos looks que mais marcou os anos 80 com uma tendência.

O que podemos notar durante todo o filme é um ar fantasmagórico e um pouco frio, o que é totalmente coerente com a narrativa escolhida por Michael e Landis. Tons de azul, cinza e marrom dão esse efeito.

Medo, muito medo! 😆

Quando chegamos à cena final, que diga-se de passagem eu morria de medo, ficava apavorada (!), temos uma mudança na paleta e principalmente no cenário onde vemos plantas e até quadros para dar vida ao ambiente sinalizando uma diferença entre o sonho de Ola Ray e a realidade. Como eu disse mais acima, este foi um vídeo marcante e referência pra diversos outros trabalhos tanto na música quanto no cinema. Como exemplo, podemos citar In My Feelings de Drake que buscou uma estrutura parecida para seu clipe, nós falamos aqui.

E vocês, qual a relação com o astro? Tem alguma estória pra contar? Comenta aqui! 👇


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