Como Batman Begins fala sobre Greta Gerwig
Ir ao cinema e fazer conexões com outros filmes que já assisti é muito frequente pra mim.
Quando você assiste a um filme, talvez também faça isso.
Mesmo que inconscientemente.
Estamos próximos de completar 1 ano do fenômeno Barbenheimer, a estreia simultânea do filme da Barbie dirigido pela Greta Gerwig e de Oppenheimer que foi dirigido pelo Christopher Nolan.
Corta pra maio de 2024, data em que “Batman Begins” foi reexibido num cinema paulistano.
Esse foi o primeiro filme da trilogia do super-herói da DC, dirigido pelo hoje vencedor do Oscar, Christopher Nolan.
Eu já reassisti Batman Begins diversas vezes!
Mas agora o que me chamou atenção é o fato do diretor ter conseguido fazer um filme tão autoral dentro de um universo já pré-estabelecido, definido e adorado por uma legião de fãs como os do Batman.
As marcas registradas de Nolan estão lá:
➡️ E muito mais de tudo aquilo que torna Nolan um diretor singular e digno da premiação máxima do tipo de Cinema em que está inserido.
Ao contrário de Nolan, em “Barbie”, Greta Gerwig fez um filme que destoa totalmente da sua assinatura como diretora.
Eu fui lá e fiz o exercício: reassisti “Frances Ha”, título que ela não dirige, mas assina o roteiro ao lado de Noah Baumbach. Tal qual ela o faz em “Barbie”.
Que simplicidade, mas que filme.
Nesse sentido, “Frances Ha” é um filme minúsculo, independente, íntimo, que transborda sentimentos mesmo em situações de silencio.
Foi a terceira que vez que assisti e ainda assim, consegui olhar para outras perspectivas.
“Barbie” é monotemático, repetitivo, tem diálogos vazios, forçados e muitas vezes impositivos.
Uma fotografia maximalista, com forte apelo de cores.
A assinatura de Greta Gerwig que é explorar o amadurecimento feminino é tão pequeno no meio de tanta propaganda que, pra muitos, pode passar despercebido.
Para alcançar sucesso comercial, Greta parece ter deixado de lado sua essência autoral em “Barbie”.
Fez um blockbuster. Um hype. Quebrou recordes.
Em contrapartida, Nolan fez de “Oppenheimer”, um filme gigante, mas íntimo.
Nesse meio tempo, ao longo de sua carreira, manteve-se fiel ao que acredita. Ou seja, levou sua visão e características únicas em toda filmografia. Mesmo que fossem títulos de grande apelo popular, como a trilogia “Batman”.
Demorou, teve Tenet no meio (🫠), mas o Oscar veio.
Tudo fruto da autenticidade, da coragem e da ousadia em se manter coerente.
Em resumo, Nolan mostra que quando usamos nossa essência, experiências e referências; conseguimos formar uma identidade criativa sólida, que se destaca em qualquer contexto.
Seja você um artista ou não.