Como eu havia comentado no Assistidos de Fevereiro, a menção honrosa ficou com a série “Borgen”, que é de produção dinamarquesa. Eu tirei férias durante este período e achei que seria uma boa ideia pegar uma série que gostei tanto para, enfim, concluir.
“Borgen” teve início de produção em 2010 e foi veiculado no extinto canal Mais Globosat em 2012, onde tive a oportunidade de ver alguns episódios.
- Primeiramente, a série é sobre política e tem um viés. Mas, faz isso através de propostas, busca reflexões através de situações que a protagonista, Birgitte Nyborg, enfrenta.
Existe um desenvolvimento dos temas abordados, ela passa por dilemas e não toma decisões fáceis. Nesse sentido, tendemos a nos colocar no lugar dela e imaginar qual seriam nossas atitudes.
O programa não tenta apenas fazer a audiência engolir seus conceitos, assim como os americanos fazem o tempo todo em seus filmes e séries. - Os personagens secundários não são desperdiçados. Estamos muito acostumados a ver a presença dessas pessoas em séries com a única função de ajudar o protagonista. Mas aqui é diferente. Sendo assim, eles também são relevantes, bem trabalhados e têm suas jornadas e desafios individuais.
Tais situações também trazem reflexões consigo, gerando identificação não apenas com a protagonista, mas com eles também. - Ao mesmo tempo que existe um lado político muito claro, “Borgen” não tenta ser politicamente correta o tempo todo. Isso traz um lado muito humano, principalmente para a protagonista que é posta à prova em todos os episódios. Na vida real, ninguém consegue ser tão linear e coerente em suas escolhas o tempo todo. Todos temos nossas contradições.
Em “Borgen” a política está por todos os lados
- Nesse sentido, a gente percebe também que, embora a série exponha articulações e negociações políticas a todo instante, e que isso seja até um pouco insano pra cabeça do espectador, temos o ponto de vista da sociedade dinamarquesa. O programa é feito pra TV local e percebemos isso quando ao fim de cada episódio vemos que os personagens são fiéis a seus valores e princípios. Por mais que eles sejam castigados por isso, a honra permanece.
- Além dos bastidores da política, temos também o ponto de vista do jornalismo na TV. Podemos observar como as emissoras lidam com relação aos partidos, como fazem suas escolhas de posicionamento próprio, como tomam decisões sobre abordagem em notícias e entrevistas. Dessa forma, identificamos que a política não está somente nos gabinetes, mas igualmente na nossa rotina.
- Não se trata de uma série original e/ou exclusiva Netflix e por isso é tão instigante e provocativa. Os episódios têm começo, meio e fim, as conclusões são satisfatórias e não tem um cliffhanger em cada um deles. Isso faz com que a gente queira sim assistir, mas sem aquele gatilho inconveniente de urgência pra maratonar. Eu decidi assistir na companhia da minha mãe, já que tínhamos assistido quando passou no finado canal Mais Globosat há anos. Assistimos 3 episódios por dia, de forma leve e foi ótimo! 😉
Por último, você pode desfrutar de “Borgen” na Netflix que disponibilizou as 3 temporadas produzidas pela TV dinamarquesa. Definitivamente, é uma joia escondida no streaming e que, felizmente está ganhando mais popularidade agora. A série é vencedora de prêmios e merece sua atenção.
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