Eu realmente não sou uma grande fã de filmes de guerra, principalmente daqueles que tem cenas de front. Então não poderemos conversar sobre “O Resgate do Soldado Ryan”, “A Lista de Schindler”, “Platoon”, etc. Mas existem outros que tem lugar cativo no meu ❤, como “Glória Feita de Sangue” (que também é sobre a 1ª GM), “Cartas de Iwo Jima” e agora mais um ganhou seu espaço e eu diria que um GRANDE espaço.
Sim, “1917” me ganhou em poucos minutos de exibição. Eu já estava boquiaberta com o que estava assistindo em apenas 10 minutos e não queria desgrudar os olhos da tela. Dirigido por Sam Mendes, que pra quem não conhece ou não se recorda, o britânico de 55 anos já tem um Oscar e um Globo de Ouro de melhor diretor em seu bolso pelo aclamado “Beleza Americana” (que não me agrada muito!). Ele tem outros títulos de peso no currículo, tais como: “Foi Apenas Um Sonho” (drama que reuniu Leo di Caprio e Kate Winslet anos depois de “Titanic”), “007 contra Skyfall”, “007 contra Spectre” e outros.
“1917” conta a história de 2 soldados, durante a primeira guerra mundial, que devem atravessar o território inimigo para entregar uma mensagem que irá salvar a vida de 1600 de seus companheiros de outro batalhão.
Como disse mais acima, cheia de preconceitos, fui prontinha pra falar de mal do filme, esperando por tédio ao som de explosões e tiros, e tive que engolir a seco porque A-DO-REI! Eu já sabia das condições técnicas do filme, de que ele (supostamente) havia sido filmado em plano sequência e inicialmente fiquei procurando os cortes, mas resolvi abandonar isso e apreciar a obra. Daí em diante, super funcionou e eu embarquei na onda, fiquei tensa, apreensiva pelos rapazes, torcendo muito pra eles conseguirem concluir a missão.
Eu, particularmente, não encontrei muitas camadas no filme porque ele não dá profundidade à personalidade dos soldados, ao lado mais íntimo de cada um deles; mas consegui estabelecer um vínculo emocional ao ponto de sentir uma eventual perda.
Tem uma cena em específico onde surgem alguns personagens, um tanto quanto fora de contexto que me incomodou um pouco. Mas não chega a atrapalhar a experiência, só me questionei:
“Como esse pessoal tava ali e eles não viram?!”
Mas vamos ao que interessa, o que é o melhor de “1917”?
Seus aspectos técnicos, como a fotografia primorosa de Roger Deakins, a trilha sonora de Thomas Newman, a direção de arte de Dennis Gassner e outras categorias que vou citar mais à frente. Esse filme não foi indicado ao Oscar injustamente e eu torço muito para que saia vencedor, é meu favorito. Pasmem vocês… e eu também!
Durante o filme me peguei pensando em como eles fizeram pra gravar aquilo tudo parecendo que não houve cortes, parece que cada cena tem uns 20, 30 minutos, é incrível! A movimentação de câmera é impressionante, existe um ballet entre a equipe técnica e os atores, a câmera só se movimenta pra frente, o que aumenta a impressão de que não há cortes, os recursos utilizados para dar a impressão de passagem de tempo são bem inteligentes. E quanto mais penso no filme para escrever esse texto, mais me assombra o nível de qualidade empregado nessa obra.
Como todo filme de guerra, a mixagem de som é muito boa, a gente consegue identificar diversos sons, é um trabalho realmente muito bem feito. Eu acredito que nessa categoria, “1917” deve levar. Assim como na trilha sonora que acompanha cada estágio do filme, é constante, ajuda a cadenciar a emoção do espectador, ajuda a elevar a tensão do filme e instiga a narrativa.
Outro quesito que também ficou grudado no meu imaginário é a Direção de Arte. Eu só pensava:
“A câmera só se move pra frente, não tem corte, iluminação natural, que raio de cenário é esse, meldelzo?!?! Se for pano verde, qual o tamanho desse estúdio?? Como que reproduziram essa luz?????”
Definitivamente, uma salva de palmas pro Sr. Dennis Gassner que faz um excelente trabalho aqui ao recriar esse ambiente.
Terminei de assistir e as únicas palavras que surgiam na minha cabeça eram:
“1917” é grandioso, um presente aos cinéfilos, aos grandes apreciadores de cinema, aos entusiastas de técnicas trabalhadas em seu maior nível de excelência. Agora que vocês já sabem que estou apaixonada por esse filme e que essa é minha torcida no Oscar de Melhor Filme, Fotografia e Direção, deixa aqui nos comentários quem são seus favoritos! ⬇💬