Ele não sabe o que falta em mim, ou como sou incompleta.
Elisa
Sobretudo um filme sobre como amar o diferente, uma estória retratada de forma light, soft, belíssimo.
- Título original: The Shape Of Water
- Data de lançamento: 1 de fevereiro de 2018 (Brasil)
- Diretor: Guillermo del Toro
- Diretor de Fotografia:
- Elenco: Sally Hawkins, Octavia Spencer, Michael Shannon.
- Sinopse: Elisa é uma zeladora muda que trabalha em um laboratório onde um homem anfíbio está sendo mantido em cativeiro. Quando Elisa se apaixona pela criatura, ela elabora um plano para ajudá-lo a escapar com a ajuda de seu vizinho.
Esse poster francês é muito lindo!
A protagonista da vez é Elisa, uma moça muda, faxineira em um laboratório do governo americano, simples, metódica e um tanto quanto solitária mas nem um pouco infeliz. Ela tem seu trabalho, sua vida independente e amigos, como Zelda, uma moça faladeira, companheira, casada e disciplinada.
Ela tem também um querido amigo; Giles, um senhor, artista, não muito bem sucedido, que é com quem assiste filmes, programas de TV, musicais, faz-lhe companhia, uma figura bondosa, quase paternal.
A vida de Elisa estava indo muito bem, tudo dentro de uma rotina normal, até o dia que ela é apresentada a essa criatura da Amazônia, que é essencialmente aquática e divina! Sim, ele tem poderes de cura e bem além do Wolverine! Ela fica curiosa e começa a se relacionar com esse monstrinho estranho, mas adorável, lindo.
É de muita sensibilidade do diretor, a forma como a comunicação entre eles é exposta, através de gestos, linguagem corporal, sinais e olhares. Eles não apenas se comunicam, mas nasce uma relação de confiança.
Porém, o governo americano decide utilizar a criatura como experimento e o cruel chefe de Elisa, Strickland, é militar, um senhor perverso, malvado (a quem o anfíbio lhe tira 2 dedos ✌), e não vê porquê não fazê-lo ou até mesmo matá-lo.
A fim de salvar o monstrinho-amigo-namorado, Elisa arma um plano com Giles para retirá-lo do laboratório e a partir daí vem um show de imagens, de formatos da água. É simplesmente, lindo! 😍
Um relacionamento de confiança vira afetivo, íntimo, do jeito deles, diferente e inocente. A forma representativa do sexo é tanto sexy quanto também artística, plástica e delicada.
Cores e Fotografia
Todos concordamos que há muito azul e verde no filme, certo?! Porque são as cores da água do mar, azul e verde! 🌊💚
As formas da água estão totalmente evidenciadas no mundo de Elisa, pode-se observar pelas cores de sua roupa, nas paredes de seu apartamento, o corte de enquadramento pode remeter a um peixe, existem goteiras em sua casa; e tudo isso foi minuciosamente pensado pelo diretor Guillermo Del Toro e por seu Designer de Produção, Paul D. Austerberry. Aliás, reparem como o banheiro da casa de Elisa toma um ar de protagonismo depois que o Peixão é fisgado por ela na fuga do laboratório.🛀
Del Toro enviou para Austerberry uma fotografia de uma obra de arte antiga de um indiano que continha uma parede azul muito forte e ele dizia que gostaria que o apartamento de Elisa fosse assim, com aparência antiga, manchas, lavagens. Para o produtor, a obra The Great Wave do artista japonês Katsushika Hokusai, é a que mais se assemelha a forma da água e foi ela que serviu de inspiração para a pintura do apartamento de Elisa. Não é fácil de perceber pois foram aplicadas diversas manchas e envelhecimento para que não ficasse tão óbvio assim. De acordo com o que o diretor havia pensado para este cenário.
Ao todo, foram selecionadas 100 cores para a fotografia do filme, portanto, existem cores para Elisa, Giles, Zelda, Strickland, etc.
Visto que Giles é um pouco mais velho, foram usadas cores mais ligadas à terra: tons mais quentes, mostarda, marrom, verde escuro, etc. Assim como Zelda e Strickland.
É, sem dúvida, um filme especial, que mostra como todos são capazes de amor, amizade, confiança, respeito, independente de suas figuras físicas, de suas habilidades, de seus limites. Mereceu seus prêmios no Oscar!
