Lady Bird5 min read

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E se essa for a melhor versão?

Christine “Lady Bird” McPherson
  • Título original: Lady Bird
  • Data de lançamento: 15 de fevereiro de 2018 (Brasil)
  • Diretor: Greta Gerwig
  • Diretor de Fotografia: Sam Levy
  • Elenco: Saoirse Ronan, Laurie Metcalf, Tracy Letts
  • Sinopse: Christine McPherson está no último ano do colégio e o que mais deseja é ir fazer faculdade longe de Sacramento, Califórnia, ideia rejeitada por sua mãe. Lady Bird, como a garota de forte personalidade exige ser chamada, não se dá por vencida e leva o plano de ir embora adiante mesmo assim.

É um filme sensível, delicado, com uma fotografia igualmente sutil.
A estória retrata conflitos e descobertas de uma moça na transição entre adolescência e fase adulta, adquirindo e percebendo responsabilidades, aprendendo a ser dona de seu nariz. Lembrou muito Boyhood, mas na minha opinião, infinitamente melhor.

Nossa protagonista é, Christine “Lady Bird”, uma menina como outra qualquer, sem grandes talentos, mas sensível e com tendências às artes. Ela quer a qualquer preço sair de Sacramento, pois não gosta da cidade, parece-lhe muito pequena. Mas será que ela realmente não gosta de lá?

Seus relacionamentos são basicamente pautados em interações com mulheres: a primeira cena é um diálogo com a mãe, que por sinal, é uma relação super verossímil, autêntica, genuína. Eu tenho aquela relação com a minha mãe! Cansei de contar quantas vezes brigamos, ficamos sem nos falar, fizemos as pazes, chorei, me decepcionei com a vida e, sempre, quem tava do meu lado pra amparar e consolar foi ela. Eu, particularmente, achei lindo. São personagens muito bem construídas, as cobranças e expectativas de ambas são muito verdadeiras, mas qual menina na idade dela não é um poço de prepotência e contradições?! Ela está se descobrindo.

spoiler alert
Mas se quiser continuar lendo sem spoilers, é só clicar na imagem!

As outras mulheres de seu universo são: a melhor amiga com quem ela briga e faz as pazes, a menina popular da escola que todo mundo sabe que não vale nada, as irmãs de sua escola (Católica). Todas essas interações e anseios de Christine para com elas, são extremamente verdadeiras.

Mas nem só de mulheres vive o mundo e seu contato com homens é um tanto quanto estabanado, conturbado. Exceto por seu pai que é presente, compreensivo e está dando suporte pro maior projeto de Lady Bird, a inscrição para uma universidade em Nova Iorque . Ele se encontra numa fase difícil da vida, desempregado assim como seu filho mais velho e sua nora. Essas relações não são tão aprofundadas no filme e eu até gostei dessa ideia, afinal, o filme traz as experiências de Christine.

E aí vem uma conversa com uma das irmãs, que foi um despertar em sua cabeça. Talvez aquele lugar onde ela mora, seja de fato, sua casa e há coisas boas ali, basta um outro olhar.

Não acha que talvez sejam a mesma coisa, amor e atenção?!

Cores e Fotografia

Todo o filme é pautado num filtro esbranquiçado, cores pálidas, um tom esmaecido, diferente do que já assistimos por aí, onde parece que a narrativa é uma lembrança, são memórias de uma fase que já passou pra Christine. Essa era a intenção da diretora Greta Gerwig e se deu um resultado muito feliz, é muito inteligente, feminino e sutil.
Seu diretor de arte, Sam Levy e o colorista Alex Bickel (o mesmo de Moonlight, que por sua vez também coloca as experiências e transformações de um jovem) fizeram um trabalho diferente sem presets usuais, comerciais, onde se joga um filtro qualquer com granulado para caracterizar fotos antigas. A inspiração da equipe veio da fotógrafa francesa Lise Sarfati, que fez um belo trabalho de fotos de meninas jovens por volta dos anos 2000.
De fato, o que vemos na tela é um ar dos anos 2000, é um passado não tão longe assim.
Ficou tudo muito especial, não é?! 😍

Eu te amo. Obrigada…

Na verdade, agora, escrevendo esse texto, tenho a impressão de que gostei muito mais do que quando assisti! Já aconteceu isso com vocês?
Num mundo de tantos exageros, um filme discreto e sutil é uma jóia, digna de indicação ao Oscar.

E aí, já assistiu? Gostou? Conta aqui nos comentários. 😉⬇

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