Melhores filmes lançados em 20219 min read

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Como uma amante de listas, não poderia deixar de publicar os melhores filmes lançados em 2021 de fora. No começo do ano passado, eu estava um tanto quanto pessimista de que teríamos bons filmes. Afinal de contas, ainda era uma incerteza se teríamos cinemas abertos e se os filmes preparados para o cinema, de fato, seriam lançados. Para minha satisfação, não apenas tivemos bons filmes, como também as salas reabriram e em grande estilo.

Pra quem não se lembra, eu fiz a cobertura da Mostra Internacional de Cinema de SP e conferi 15 titulos presencialmente. Ademais, marquei presença na estreia de “Matrix Ressurections” e “Homem Aranha: Sem Volta Para Casa”. Quem me segue lá pelo Letterboxd acompanha isso em tempo real. Me segue por lá, só clicar aqui.

Mas agora chega de papo e vamos aos 10 melhores filmes lançados em 2021:

10- Homem Aranha: Sem Volta Para Casa: o último filme de herói da Marvel neste ano entregou tudo que eu gosto no universo. Sendo assim, tem nostalgia, ação, uma certa lição de moral, drama e efeitos visuais admiráveis. Finalmente vemos o Peter Parker de Tom Holland crescendo, assumindo responsabilidades e deixando caprichos de lado. Sem dúvida, esse é o verdadeiro filme de origem desse Homem Aranha que traz consigo uma infinidade de possibilidades para longas futuros. Ou seja, mal posso esperar pelo próximo filme do amigo da vizinhança.

9- Val: documentário sobre a vida do ator Val Kilmer que recentemente descobriu um câncer de garganta e, por este motivo, deixou a indústria cinematográfica. Entretanto, o filme mostra um lado do ator que desconhecemos. Enquanto sabemos que ele vem gravando vídeos sobre sua vida há anos, também aprendemos que ele tem inúmeras aptidões artísticas,. Nesse sentido, acompanhamos seu relacionamento com a família, bastidores dos sets de filmagem, seus sucessos e fracassos ao longo da vida. É uma historia emocionante de superação, com direito a narração de seu filho. Emocionante!

8- Bergman Island: se o filme carrega o nome do diretor sueco em seu titulo, eu já vou cheia de boa vontade pra assistir. Talvez isso torne minha simpatia por “Bergman Island” ainda maior. Mas o fato é que o longa de Mia Hansen-Løve, diretora francesa que até então desconhecia, é um deleite para os amantes do cinema. Um casal de cineastas viaja para a ilha sueca de Fårö, onde o diretor Ingmar Bergman viveu por anos. A medida que eles entram em contato com o lugar e, escrevem seus roteiros, os limites entre ficção e realidade passam a se confundir. Daqueles filmes que mal você termina de assistir, já quer ver de novo. Além de uma inspirada Vicky Krieps (Trama Fantasma), Tim Roth (Luce) faz uma bela atuação que, apesar de intimista, tem a função de provocar a protagonista.

7- Titane: com toda a certeza, esse é o filme mais desconfortável e provocativo de 2021. Se você não está familiarizado com o cinema de Julia Ducournau (Raw), será uma grande surpresa. Como escrevi anteriormente, ela busca inspiração na obra de David Cronenberg (Crash – Estranhos Prazeres) para este longa e o faz muito bem. Um filme cheio de camadas, que trata de temas cotidianos como o amadurecimento. Com um olhar atento, dá até pra enxergar uma história de amor em “Titane”. Incomum, é verdade, mas está lá.

6- Petite Maman: mais um filme francês na lista. Esse, bem diferente do anterior, conta a historia de Nelly, que acabou de perder sua avó e está ajudando seus pais a limpar a casa de infância de sua mãe. Ela explora a casa e o bosque ao redor. Um dia, ela conhece uma garota de sua idade construindo uma casa na árvore. O grande diferencial do novo longa de Céline Sciamma (Retrato de Uma Jovem em Chamas) está na forma em que ela apresenta sua narrativa. Sempre trazendo questões de gênero em sua filmografia, aqui o tema vem de maneira bem sutil e quase imperceptível.

5- Compartment No. 6: se tem um filme que me surpreendeu, positivamente, foi esse! Eu esperava um drama no melhor estilo nórdico e ganhei uma dramédia das boas. À medida que um trem se desloca em direção ao Círculo Ártico, dois desconhecidos compartilham uma viagem que mudará sua perspectiva de vida. Esse foi um dos que assisti presencialmente, durante a Mostra de SP e valeu muito a pena. O filme diverte, emociona e no fim, terminamos com aquela sensação de bolinho de chuva com café. Torço para que receba uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional.

4- Pig: é uma grande surpresa colocar um filme onde Nicolas Cage é o protagonista entre os melhores do ano. Não porque não goste dele, mas porque há anos não via uma atuação tão boa por parte do ator. Além disso, eu fui esperando uma acao no melhor estilo John Wick e dei de cara com o oposto. A violência de “Pig” está nos detalhes, no que não é dito, vem de jeito habilidoso. Pra um longa de estreia, Michael Sarnoski está de parabéns e já quero ver mais de seu trabalho.

3- The Worst Person in the World: eu adoro Joachim Trier, diretor norueguês deste filme, acho que ele fala sobre amadurecimento de forma singular. Nesta obra ele apresenta quatro anos na vida de Julie, uma jovem mulher navegando as águas turbulentas de sua vida amorosa e lutando para encontrar seu caminho profissional, o que a leva a ver quem realmente é. Temos uma jornada sem grandes obstáculos, mas que traz identificação imediata por parte do espectador, pelo menos em algumas situações. Todos passamos por momentos de dúvida, de não pertencimento e de ansiar por algo que nem se sabe exatamente o quê. Além disso, Renate Reinsve, a protagonista, nos proporciona uma intensa jornada de emoções em relação a sua personagem. Não foi a toa que ela levou o premio de melhor atriz no Festival de Cannes de 2021. É mais um filme que torço para receber uma indicação no Oscar.

2- Great Freedom (Grosse Freiheit): quem me conhece ou me acompanha nas redes sociais, sabe que não sou uma pessoa de me emocionar com frequencia em filmes. Mas esse aqui me arrancou lágrimas, e… dentro de uma sala de cinema. Só de pensar nas cenas potentes e expressivas, já fico arrepiada. Como grande apreciadora de títulos alemães, esse aqui não poderia ficar de fora da minha seleção da Mostra de SP. Na Alemanha do pós-guerra, Hans é repetidamente encarcerado por ser homossexual. A única relação estável na sua vida torna-se o seu companheiro de cela, Viktor. O desenvolvimento da relação é lindíssimo, sensível e delicado. Temos aqui mais um filme de estreia de um diretor, Sebastian Meise, que mais parece que já tem experiencia de sobra pra nos deixar atônitos. Vae ressaltar a atuação primorosa de Franz Rogowski (Undine) que me deixou sem palavras.

Um Herói

1- Um Herói: o primeiro lugar só poderia ser dele, dono do meu coração pra sempre, Asghar Farhadi. Neste título, Rahim está na prisão devido a uma dívida que não pôde pagar. Durante uma licença de dois dias, ele tenta convencer seu credor a retirar a queixa contra o pagamento de parte da soma. Mas as coisas não correm de acordo com o plano. Nada nos filmes de Farhadi sai como o planejado e é aí que mora a beleza do seu cinema. A forma como nos envolvemos nos problemas de Rahim, o caos tomando escalando na mesma proporção que nossa angústia. É impossível não se impressionar com o sorriso constante, quase perturbador, do protagonista. Como escrevi anteriormente, Farhadi cobra a verdade de Rahim como um pai austero atua sobre um filho, duro e implacável. Filmaço, digno de aplausos de pé.

Em resumo, foram tantos filmes bons em 2021 que foi difícil montar essa lista pra vocês. Espero que gostem e caso tenha ficado algum de fora, não deixa de me contar nos comentários. Ou você pode também me contar pelo Telegram, lá no nosso canal onde nossas conversas são mais próximas. Além disso, se você ainda não sabe, essa lista saiu mais cedo para os assinantes do canal. Clica logo aí no botão e resolve isso:

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