Terça-feira eu indiquei 6 filmes diferentões na sua TV — Uma lista sobre conflitos! — se não fosse pela limitação do canal que orientei, “História de um Casamento” poderia ter entrado na lista.
E eu tava ansiando por um pretexto pra escrever sobre esse filme, uma vez que perdi o timing de falar sobre ele. Além da temática de conflito, o Diretor de Fotografia é Robbie Ryan , o mesmo de Ginger & Rosa, título que está na lista em questão — olha quanta coincidência! 🤔
Se vocês viram meu Assistidos de Dezembro, sabem que eu adorei, foi meu filme favorito daquele mês, e figurou entre os melhores do ano!
O diretor é Noah Baumbach, que se você não o conhece ainda, nos próximos dias vai sair um “A Marca do Diretor” sobre ele, fica ligado!
Se você não sabe que série é essa, dá uma espiada no que saiu em Janeiro sobre Darren Aronofsky clicando aqui e no instagram também teve.
Foi um mix de emoções assistindo esse filme: angústia, tristeza, coração partido e acho que é justamente pelas cenas iniciais onde se apresenta o casal feliz, uma carta de quem é apaixonado e logo depois tomamos um tapão na cara, um soco no estômago! Apenas ressalto que sou dessas pessoas que não assistem trailer, não lê sinopses e fui sem qualquer informação.
Embora, de alguma forma, quisesse uma reconciliação, ficava cada vez mais claro que não tinha como voltar atrás. A relação já está despedaçada e ainda existia mais agentes intervindo naquilo que já não estava bom, piorando tudo!
Nunca passei por um divórcio, mas me pareceu muito realista a forma como o diretor apresenta o filme, como ele conta essa história. Deixando de lado todos os aspectos técnicos, é um filme comovente, que mexe com os nossos sentimentos. A gente quer tomar uma posição e aí pra mim que está a grandiosidade do trabalho de Baumbach pois ele cria uma interpretação dúbia.
Ouvi/li/assisti em diversos veículos pessoas que viram uma posição imparcial e não foi o que euvi. Pra mim, claramente, o filme toma o lado de Charlie, personagem magistralmente executado por Adam Driver. Vamos lá:
Eu aposto que você tá aí dizendo: “mas a Scarlett Johansson foi até indicada ao Oscar para melhor atriz”. Concordo muito que ela tem cenas fortes, intensas, é um grande mérito da obra nos deixar saber quais são seus motivos, suas insatisfações, frustrações e realmente me emocionei. Mas não comprei o drama dela, me desculpem e vocês, mulheres leitoras, que compartilham desta opinião, podem me julgar a vontade.
O drama dele me comoveu mais do que o dela e provavelmente isso se deve a montagem do filme e a forma como tudo é contado, conforme expus acima.
Mas também acho que toda crítica e/ou opinião se baseia em experiências individuais e nós poderíamos abrir uma discussão infinita, imensa nos comentários sobre este assunto. Não vou me alongar aqui, pois o artigo ficaria enorme, né?!
Trazendo os aspectos técnicos para a conversa, acho que as perspectivas que vemos não seriam tão tocantes se não fossem pelas atuações de todo o elenco. Não apenas os protagonistas brilham como também os coadjuvantes. Amo a Laura Dern, vemos sua bela atuação não só nos grandes momentos, mas também em pequenos detalhes, pequenos gestos, uma expressão facial aqui e outra ali. É incrível. A cena do monólogo de Nicole é simplesmente fantástica, tanto pela interpretação da Scarlett quanto pela participação de Laura Dern.
E aí podemos somar a este fator, a direção de Baumbach que é precisa, não existe espaço para improvisos, que é uma de suas características que vou mencionar no meu guia, e uma vez que ele assina o roteiro existe também seu poder de controle total sobre a obra.
Se eu não consigo encontrar o que desabonar em “História de um Casamento” é porque o trabalho dele foi realmente muito bem feito, visto que o diretor é quem tem a decisão final em todos os elementos que se apresentam no filme.
Realmente quero muito falar sobre as cores e a fotografia pois elas contribuem para as sensações e aspectos emocionais que nos envolvem durante o transcorrer do filme.
As composições de cena que se apresentam, falam e simbolizam demais os elementos psicológicos e obstáculos destes personagens, como por exemplo a que postei ontem no instagram:
Vou trazer mais desses elementos em breve!
Até mesmo por essas questões visuais e estéticas, enquanto assistia, lembrava muito de um filme do diretor sueco Ingmar Bergman, “Cenas de um Casamento” e vou voltar nele futuramente pois ambos se assemelham bastante.
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