Como vocês sabem, para este mês de agosto, eu preparei uma série especial sobre Hitchcock. Eu fiz uma votação no instagram pra saber o que vocês preferiam: assistir um vídeo indicando um filme menos popular dele ou um filme mais atual com características do estilo do diretor. O vencedor foi um filme mais atual e por isso vou falar tudo sobre “O Homem Invisível” que é de 2020 e me lembrou muito Hitchcock.
“O Homem Invisível” é uma refilmagem modernizada do original lançado em 1933.
Eu que estava cheia dos preconceitos, me surpreendi positivamente, me rendi aos elogios que a crítica internacional vem tecendo ao longa.
Cores e Fotografia
Paleta de cores “O Homem Invisível”
Falando sobre a paleta básica, temos um conjunto composto por: branco, preto, cinza e azul.
Ou seja, bem característico em filmes de terror.
Esse conjunto de cores é muito usado no gênero de terror para definir o clima ou para trazer simbolismos.
A ideia é trazer o azul para criar um efeito ‘arrepiante’. Sendo assim, para ser eficaz, os tons dos brancos são geralmente equilibrados com azuis frios ou azul misturado com tons de roxo.
A combinação do azul com preto, em muitas vezes serve, não apenas para enfatizar ao público que é noite, mas também imprime sombras duras. E assim, cria-se um tom mais escuro para a tomada, tornando a cena mais assustadora.
Aqui em “O Homem Invisível” podemos encontrar todas essas características e funciona muito bem.
Direção de Fotografia
Mas se não tem apelo de cores, por outro lado, a Fotografia aqui é quem brilha. Principalmente nos enquadramentos a la Hitchcock, o aproveitamento dos espaços negativos e toda a atmosfera de desconfiança que foi criada. Logo ficamos apavorados, temendo o pior, mesmo que nada – aparentemente – esteja acontecendo.
Stefan Duscio é o pai da Fotografia aqui e contou à Filmmaker Magazine, que os enquadramentos dos personagens foram feitos de uma maneira incomum, sugeriam que outra pessoa poderia estar habitando o espaço negativo no quadro.
Dessa forma, o foco pode levar um personagem em primeiro plano a uma área improvável do quadro.
Uma das grandes coisas que o diretor Leigh Whannell queria que Duscio fizesse para “O Homem Invisível” eram os movimentos despretensiosos da câmera.
Ele desejava que a câmera soubesse mais do que Cecile (Elisabeth Moss) e mais do que o público o tempo todo.
Então, de maneiras aparentemente desmotivadas, a câmera tira Cecile do foco e caminha por um corredor, encontra algo e fica sentada ali. Posteriormente volta para ela, o que nos deixa com uma sensação muito perturbadora.
Isso me lembrou muito o efeito kuleshov que é tao característico de Hitchcock, assim como ele fez em Janela Indiscreta.
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Além das cores
Se você não sabe o que é efeito kuleshov, eu falei sobre isso na análise sobre Janela Indiscreta. Só clicar aqui pra conferir.
Nesse senitdo, soma-se a essa observação, muitos closes, planos detalhe, uma espécie de MacGuffin (algum objetivo desejado, ou motivador que o protagonista persegue, muitas vezes com pouca ou nenhuma explicação narrativa), um falso culpado, mortes, espelho e muito suspense pra NOS deixar A-PA-VO-RA-DOS!
Concluindo, eu simplesmente adorei e recomendo que você também assista.
Principalmente, se você é fã de Hitchcock, assim como eu! 😉